Monthly Archives: abril 2012

Roteiro do Sabor 3

Cruzeiro

Goiaba de orelha
A Essência do Vale nasceu da paixão de uma família pelos sabores típicos. Começou com o simples pão com linguiça, que ainda serve. Aos poucos, sob a direção da Helena, foi crescendo. Passou a servir comida com truta, carnes e produtos de milho. Entrou na produção de doces e geleias com frutas de época. Atualmente prepara cerca de cem variedades, incluindo produtos dietéticos. Destaque para o doce de goiaba em pedaços, conhecido também como “doce de orelha”.
Essência do Vale – Rod. Cruzeiro/Minas, km 221
 Tel. (12) 3144-3322
Suã vermelho
Arroz vermelho com suã, prato típico de Cruzeiro, tem história. Era um prato usado pelos viajantes em Minas Gerais, chegando ao Bairro do Batedor pelas mãos da família Martins há cerca de 50 anos. A pequena residência da família tornou-se um ponto de encontro de amigos e políticos que procuravam a delícia preparada pela D. Vicentina. A filha, D. Maria José, continua a preparar o prato até hoje, mas só sob encomenda para grupos. Quem prepara também é Maria Lúcia, que faz a receita somente em eventos ou a pedidos para festas e grupos.

D. Maria José – (12) 9117-3818
D. Maria Lucia – (12) 3144-6046/9132-3830

Roteiro do Sabor 2

BANANAL


A Santa do Sabor


Chácara Santa Inês é uma referência pra quem quer apreciar um bom prato, ou mesmo conhecer um pouco sobre a cachaça. Quem fala sobre isso é o pesquisador Engels Maciel. As delícias da região são preparadas pela Minuca, que há 38 anos vem se especializando na produção de bananada, goiabada cascão, compotas, licores e molhos especiais pra cozinha. Um dos pratos mais encomendados é o cuscuz paulista, que ela prepara com maestria. O prato, que tem vários ingredientes, leva 3 horas pra ser feito e a base é a farinha de milho.
Av. João Barbosa de Camargo, 1494. Tel. (12) 3116-1591






                     

Inúmeros sabores
É o Restaurante 418, bem ali, ao lado do Solar Aguiar Valim. Comandado por família tradicional da culinária local, o restaurante serve comida no fogão a lenha, com pratos variados da comida caipira. Destaque para feijão tropeiro, polenta, carnes de porco e frango. Atende de segunda a sábado no almoço.
Praça Pedro Ramos, 81
Tel. (12) 3116-1287
Júlio Doce
Bem na beirada da rua, todos que passam são atraídos pela placa. Ao parar está lá o simpático Seo Júlio, com uma vitrine a oferecer seus doces. E olha que são 35 anos de experiência. Primeiro começou com uma bicicleta rodando a cidade. Depois resolveu parar num lugar só. Deu certo e a clientela até que aumentou. São 15 tipos de doces diferentes, entre eles a cocada, doce de leite, goiabada, canudinho e bananada.
Rua Ernani Graça, 175. Tel. (12) 9700-3039

Vitória Régia no Vale!

Pois é. Logo ali em Areias, na Fazenda Vargem Gande, está o Jardim de Burle Marx. Um paraíso com centenas de plantas e águas geladas descendo da serra. A Vitória Régiia chama a a tenção. Consegui até meditar dentro de uma delas (será? )

É o único jardim em propriedade particular criado por Burle. Você não sabe quem é Burle Marx? Veja na Internet

É no pé da Serra da Bocaina, na Fazenda Vargem Grande onde está a obra de arte ao ar livre. Bem na divisa entre Areias e São José do Barreiro, numa estradinha de terra onde a uns duzentos anos atrás era caminho de tropa. Por onde burros e mulas saiam da mesma fazenda pra vender café na região. Hoje a fazenda é uma hotel e um atrativo turístico histórico. Claro, com um charme bem diferente das outras fazendas que conheci.

Fazendo História

Depois das informações que o chegado Zé Pequeno me passou, fui em busca das Fazendas perdidas. E olha que não são poucas.

Pra começar, vou falar da Fazenda Resgate, presume-se que foi construída por vota de 1818. Ganhou este nome devido ao seu proprietário comprar negros resgatados pelas tribos africanas. Foi um dos importantes núcleos econômicos da cidade. Atualmente pertence ao comandante Carlos Pereira da Silva Braga. Seu interior guarda a arquitetura e decoração da época. Tem as pinturas de Villaronga e azulejos chineses. O curioso é que esses azulejos estão sendo restaurados já faz 15 anos, por uma especialista chinesa que restaura um por um das duas paredes cobertas pelos próprios. Haja paciência.

A Fazenda 3 Barras, datada do inicio do século XIX, não se conhece muito da sua fundação. O que se sabe é que D. Pedro I hospedou-se lá em 1822, e depois, Juscelino Kubichek, quando presidente da república. Ela conserva ainda os traços do passado que resistem ao tempo.

Na Fazenda Loanda, fui recebida pelo Seu Pedro, atual proprietário que foi muito gentil fazendo um roteiro por todo o prédio, que tem 1.500 m2. mostrando seus aposentos. Seu Pedro é orgulhoso de suas aquisições de móveis antigos e está fazendo um museu particular, com as outras centenas de peças que estão em depósitos.

O primeiro prédio foi construído em 1790. O atual prédio em estilo colonial com toque neo-clássico, foi edificado em 1850, pelo Major José Ramos Nogueira, sargento mór da Imperial Guarda de Honra de D. Pedro I, nasceu em Resende em 1787 e casou-se com Domiciana Leopoldina da Conceição. Ali nasceu seu filho Pedro Ramos Nogueira, “Barão de Joatinga” por decreto de 1877. Pedro Ramos Nogueira viveu com sua família na Fazenda Loanda, onde cresceram seus filhos e onde veio a falecer. A Fazenda tem uma Capela toda recoberta por folhas de ouro e um museu cheio de artefatos e peças históricas. Até eu fiquei com vontade de voltar no tempo.


Mas Bananal tem muitas outras fazendas que resistem ao tempo, muitas histórias, lendas e mistérios. Até a próxima.

Roteiro do sabor 1

Arapei
O templo do sabor

Com seu jeitinho simpático e ao mesmo tempo calma em seus planos, D. Licéia saiu do anonimato, na Serra da Bocaina, pra se tornar uma das principais referências da comida brasileira, conforme guias e revistas especializadas. Depois de alguns, anos desceu a serra e aportou no seu sítio, bem próximo da Pedra do Caxambu, em Arapeí. Ali cria galinhas, patos, coelhos, galinha d´angola e planta verduras e legumes. Tudo vai pra panela transformando-se em feijão tropeiro, frango caipira com ora pro nobis, coelho ao vinho, pato com laranja, galinha d’angola ao molho pardo, tudo preparado num fogão a lenha, ao lado do cliente. Pra começar, patês diversos, de pato, truta defumada, banana, abacate, coelho e outros. Doze tipos de licores pra abrir o apetite ou rebater a comida. Pra finalizar, 33 tipos de doces de deixar qualquer um sem rumo. Destaques para doces de jaca, casca de limão cravo, cidra e o pudim de rosas, criação da D. Licéia pra deleite dos apreciadores.
Rest. da D. Licéia
Estrada do Caxambu, km 5. Tel. (12) 3115-1412

Feijão Tropeiro

Feijão preto temperado a gosto e misturado com farinha de mandioca, deixando em ponto de farofa. Linguiça calabresa em pedaços, torresmo pururuca, pedaços de carne de porco conservadas na banha, couve refogada e ovos em ponto mole.

No Rogério tem D. Carminha
O local se chama Restaurante Rogerio´s, pois é sobrenome da família. Mas quem faz a fama é mesmo D. Carminha, que pilota o fogão todos os dias no almoço. Dalí saem os triviais bife, bisteca, lombo, frango em filé e, lógico, o tradicional feijão com arroz. Faz rabada, lagarto e costelinha sob encomenda.
Rua das Missões, 32. Tel.(12) 3115-1035

Receita
Arroz da D. Carminha
A receita é pra festa, mas você pode dividir. Em uma panela grande e grossa, coloque óleo e três colheres de alho com sal socado. Frite bem e coloque o arroz bem lavado. Deixe fritar até dourar, mas sem queimar. Adicione água quente até cobrir e deixe dar uma fervida. Retire a panela do fogo, tampe e enrole em jornais e deixe descansar por 45 minutos. Depois disso abra a panela e vire o arroz, colocando o de cima por baixo, pois ele vai estar ainda meio duro. Tampe novemente e deixe mais um pouco.


Areias.
A Beza do doce

De família da roça, Isabel Conceição, a Dona Beza, sempre gostou de fazer doces, principalmente de frutas de época. Muitas receitas aprendeu com uma amiga. Em seu tacho de cobre no quintal da própria casa, prepara delícias de leite, pêssego, goiaba, laranja e outras frutas de época. Um dos preferidos pelos clientes é a pessegada, em ponto de barra, usando as antigas caixetas.
Pessegada
Tem que ser o pêssego de cor verde, do tipo mais caipira. Corte os cabinhos da fruta, limpe, lave bem e coloque pra cozinhar. Quando amolecer, retire os caroços e passe a massa numa peneira de buraco grande. Depois, leve ao tacho, sendo para cada 5 kg de massa, 5 kg de açúcar cristal. Tem que mexer sempre, pois se parar gruda no fundo. Isso leva pelo menos uma hora. Ao ficar no ponto em que se enxerga o fundo, retire o tacho e, fora do fogo, mexa mais um pouco. Despeje em caixetas forradas com plástico e deixe secar.